domingo, 4 de outubro de 2015

PASSA À MACEDÔNIA E AJUDA-NOS – PARTE I

“PASSA À MACEDÔNIA E AJUDA-NOS” – PARTE I A experiência de Paulo em Filipos – REFLEXÕES SOBRE AS CONSEQUÊNCIAS DE ATENDER AO CHAMADO DE DEUS .  At 16:9-40
I)Considerações sobre o contexto da Visão em Trôade –  At 16:9
I.1) Paulo havia se separado de Barnabé por conta de João Marcos At 15:39
I.2)Os versos 6 e 7  do Cap. 16 registra que os planos de Paulo e seus companheiros de pregar na Ásia não foram realizados por impedimento do Espírito Santo.  Portanto não era vontade de Paulo e seus companheiros ir a Macedônia.
I.3)O vs 9 registra a visão de Paulo de um varão macedônio em que o mesmo dizia “Passa a Macedônia e ajuda-nos”. Alguns estudiosos defendem que o varão que Paulo viu em sonho foi Jesus Cristo. Porém esta interpretação tem algumas limitações de fundamento bíblico como:
            _O autor de Atos já havia registrado o encontro de Paulo com Cristo na conversão deste e neste registro foi categórico em afirmar que Paulo teve um encontro com Jesus no caminho de Damasco (At 9:1-9). Ora Paulo já teria condições ao menos de relatar a visão de seu sonho como sendo de Jesus e não de um varão macedônio de forma genérica.  Se fosse Cristo, Paulo teria condições de reconhecê-lo, ao menos em sua voz, e ser específico em sua descrição.
            _O autor de Atos descreve o homem da visão de Paulo como “um varão macedônio”. Macedônia era uma região da antiga Grécia com um povo de feições e trajes diferentes dos judeus, o que permitiu a Paulo identificar a nacionalidade de quem pedia ajuda.
I.4)A visão revelou a Paulo e aos seus companheiros qual a vontade de Deus para a obra  confiada a eles. Verso 10 registra que “procuramos partir para aquele destino, concluindo que Deus nos havia chamado para lhes anunciar o evangelho”. E sem impedimento, como havia ocorrido com seus planos para a Ásia, partiram para Filipos. (vs 11 e 12)
I.5) O passar à macedônia implicou que Paulo e seus companheiros (Timóteo-16:1 , Silas-15:1 e o autor de Atos- toda narrativa é na 1ª pessoa do plural) pregassem o evangelho em
Filipos – Tessalônica  - Beréia – Atenas (Cap. 16 e 17)
II)O que representou ao ministério de Paulo e seus companheiros o atender da vontade de Deus  através deste convite do varão macedônio? Neste estudo vamos nos limitar a responder a esta pergunta analisando somente a experiência de Filipos. Em estudos sequentes vamos buscar responder a mesma pergunta olhando as experiências das outras cidades.
II.1) Filipos:
Trata-se de uma cidade estratégica para a região.” Primeira do Distrito e da colônia”. Estava localizada na “Via Inaciana”, estrada que fazia a ligação entre Roma e a Ásia.
II.2) Fatos marcantes da passagem de Paulo por Filipos
II.2.1) Paulo e seus companheiros encontram pessoas tementes a Deus com sede de se encontrar com Jesus. A conversão de Lídia revela a ação do Espírito Santo abrindo o coração dos tementes a Deus para ouvir e aceitar a pregação da Palavra. VS14 .
O ministério de Paulo na Macedônia inicia-se com a experiência de comprovar o poder de Deus abrindo corações para entender e aceitar Sua Verdade.
II.2.2)Outro fato marcante é a Providência de Deus para os que atendem seu chamado para o serviço do Reino. No vs 15 nos é relatado que a recém convertida Lídia os constrangeu a ficar hospedados em sua casa. Deus, em sua insondável providência, abre o coração daquela mulher e a motiva a servir de imediato hospedando-os.
II.2.3)Paulo  é testemunha o “poder de Deus para regenerar” não apenas os tementes como Lídia, mas também para livrar os que estão sob o jugo de Satanás. Nos versos 16-18 vemos que, em nome de Cristo, Paulo livrou aquela mulher do jugo do Diabo e da exploração dos seus senhores.
II.2.4) Mas esta passagem de Paulo e sua equipe por Filipos também é marcada pela experiência de conhecer as perseguições e frustrações que os servos de Cristo estão sujeitos quando realizam Sua obra.
            _Difamação com mentiras – Vs 20 e 21
            _Marginalização da sociedade – vs 22
            _Sofrimento físico – Vs 22
            _Privação da liberdade – vs 23 –
            _Sujeição a injustiça – vs 37 registra a indignação de Paulo por ter sido submetido a penalidade sem julgamento.
II.2.5) Paulo e Silas experimentam a fidelidade de  Deus em honrar nossa devoção, a despeito das circuntâncias.
            _Vs 25 registra que à meia-noite, Paulo e Silas cantavam louvores e oravam a Deus, mesmo privados da liberdade e certamente com o dores dos açoites que haviam levado.
            _Vs 26 registra que um grande terremoto abriu as portas da prisão e “soltaram-se as cadeias de todos. Paulo e Silas experimentaram a providência divina em favor dos mesmos em meio a tribulação
II.2.6) Paulo e Silas conhecem a forma como Deus usa o testemunho dos seus servos para conduzir muitos a Cristo.
            _Ao acordar o carcereiro entrou em desespero e pensou em se matar. Vs 27
            _Paulo e Silas, mesmo livres das algemas não fogem. Com este testemunho de sujeição às autoridades e de preocupação com a vida do carcereiro acabaram por sensibilizá-lo para conhecer o evangelho. Vs 29 a 30
            _O testemunho de Paulo e Silas diante daquele carcereiro abriu não apenas os seu coração, mas também a porta de sua casa e os seus também puderam conhecer o evangelho naquela noite.vs 32-34
III. Aplicações
III.1 – Ao atender ao apelo do varão  macedônio Paulo e seus companheiros experimentam logo na primeira cidade:
            _Como a Palavra de Deus sacia sedentos como Lídia e como o Espirito Santo abre os corações.
            _A providência e sustento a quem cumpre sua vontade e atende seu chamado
            _O poder de Deus para livrar de Satanás aqueles que lhe são escravos
            _O incômodo de Satanás ao ver libertação produzida pela Evangelho e como este usa de mentiras, difamações e perseguições para atingir os que estão no serviço.
            _O agir de Deus em meio a estas provações para socorrer os que se mantem firmes na devoção, a despeito das circunstâncias.
            _O resultado de um testemunho de vida cristã em meio a tribulação produzindo conversões como a do carcereiro e sua família
III.2 – Estamos preparados para aplicar estas experiências de Paulo e sua equipe em nossa caminhada Cristã ao aceitar um chamado de Deus para nossa vida?
IV- CONCLUSÃO
Paulo e seus companheiros atendem a um chamado que acreditaram ser a vontade de Deus para suas vidas. Mesmo sendo um chamado de Deus esta missão teve um misto de alegrias e sofrimentos.
            Porém, o que marcou o ministério de Paulo em relação a sua passagem por Filipos não foi tristeza ou o ressentimento pelos momentos difíceis que ali viveram. Notemos como Paulo se refere a esta Igreja quanto escreve a mesma:
Fp: 1:1-5  . Vs 3 “Dou graças a meu Deus por tudo que recordo de vós” ; vs 4 “... com alegria, súplicas” ; vs 5 “pela vossa cooperação no evangelho desde o 1º dia até agora”. 
            Não encontramos Paulo dizendo : “Tenho tristezas e alegrias quando me lembro de Filipos”

            Que Deus nos ajude a entender e aceitar as alegrias e tribulações que passamos em Sua Obra, atendendo ao seu chamado, buscando enfrentar as adversidades, louvando e adorando à Deus, mantendo nosso testemunho firme em Cristo e livrando de nossa memória as coisas tristes que muitas vezes nos deprimem e aprisionam no trabalho do Senhor. 

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Comparando os dias atuais e os dias de NOÉ para o cristão

Comparando os dias atuais e os dias de NOÉ para o cristão
Mt 24:37-39
Introdução: Hoje em dia passamos dias que parece que o mal nos rodeia com tremenda intensidade. Símbolos cristãos são zombados em público. Nossas posições quanto a moral são combatidas de forma a nos colocar como agressores e vilões. Somos rotulados como intolerantes e preconceituosos.
Vemos a sociedade em que vivemos cada vez mais violenta, despeitosa com as autoridades, corrupta e que não dá sinais claros de evolução da civilização
 COMO O CRISTÃO DEVE SE PORTAR DIANTE DESTE AMBIENTE? Deve miscigenar sua moral com os conceitos humanistas presentes? Deve fazer uma releitura da palavra de Deus e não considera-la como inerrante? Deve aceitar os “novos tempos” com sua “nova família”, “nova Igreja” e quem sabe até um “novo deus”? Ou deve ser diligente no caminha com Deus, em sua justiça , anunciando a Salvação em Cristo para homens que parecem indiferentes a Deus?
Buscaremos na experiência de NOÉ motivos que nos animem a sermos contra-cultura da sociedade presente, onde quer que estejamos.
I_Como estava este mundo nos dias de NOÉ?
I.1 – “A maldade havia se multiplicado:” Gn 6:5 O desejo do coração do homem era continuamente mau. O homem agia por um impulso de ser primeiramente mau. Em Gn 6:13 nos é relatado que a terra estava “cheia da violência do homem”.
I.2_ “A terra estava corrompida e cheia de violência”. Gn 6:11,12 nos mostra que havia um ambiente de caos tão grande , que não apenas o homem, mas “todo ser vivente” estava corrompido. A violência imperava em toda a criação. Um ambiente caótico. Gn 3:24 nos aponta que no Eden Deus já havia criado animais domesticáveis e animais selvagens. Ao que parece não se era mais possível diferenciar na criação o que era doméstico e o que selvagem por conta da violência.
I.3- “Apesar deste ambiente caótico, o homem vivia com extrema naturalidade”. Parecia indiferente ao pecado reinante e indiferente a rejeição de Deus para esta situação. Mt 24:38 mostra que os homens não se preocupavam com a condenação iminente . Casavam-se e davam-se em casamento , ou seja, estabeleciam projetos futuros de família, inclusive algumas destas condenadas por Deus em Gn 6:1-3 por conta da miscigenação com ímpios. Comiam e bebiam, ou seja, levavam seu presente como se o amanhã fosse uma certeza, independente da condenação que estava para acontecer. O homem vivia indiferente a maldade que reinava no seu tempo.
II_Como se portava NOÉ neste ambiente?
II.1 – Nóe era justo e íntegro diante dos seus contemporâneos: Gn 6: 9
                JUSTO: esta qualificação pressupõe uma aliança na qual aqueles que estão unidos ao Senhor pela fé(crença que conduz a justiça, assim como Abraão Gn 15) seguem seus padrões morais.
                ÍNTEGRO: Noé não era homem sem pecado, cf Gn9: 20-22, porém sua devoção a Deus e aos seus mandamentos eram inquestionáveis.
II.2 – Noé andava com Deus: Gn 6:9
                É a mesma expressão usada para qualificar a Enoque (Gn 5:22e 24), bisavô de Noé. Significa uma comunhão intima, incluindo revelação especial.
 II.3 -  A fé de Noé o fez diligente em fazer a vontade de Deus: Hb 11: 7 – Noé passou cerca de 120 anos construindo e aparelhando uma arca para salvação de um Diluvio que seria imprevisível a sabedoria humana. Sua fé de que a construção daquela arca era o cumprimento da vontade de Deus o sustentou diante das zombarias e humilhações que certamente sofreu.
II.4 – Noé pregava a justiça: II Pe 2:5. Noé não apenas dava testemunho de sua comunhão e fé em Deus, mas com seus lábios condenava o pecado e recomendava vida justa aos seus companheiros.
                Não basta aos homens que andam com Deus em meio ao caos do pecado cuidar da sua própria vida. Eles precisam anunciar a condenação de Deus aos que vivem indiferentes ao Criador.
III. A consequência da fé e zelo de Noé:  Hb 11: 7– Ele foi instrumento de Deus para salvação de sua família e  da criação. O autor de Hebreus chama Noé de “herdeiro da justiça que vem da fé”. A fé de NOÉ o conduziu a ser diligente na condução de sua vida justa e íntegra, não abandonar sua missão, pregar a justiça e obter por consequência sua salvação e de sua família.
Aplicação para nossas vidas
Não é fácil levar a fé cristã ao nosso viver nos dias de hoje, como fora também nos tempos remotos. O homem, desde a queda, está em luta contra a vontade de Deus. Somos oprimidos quando fiéis em nosso testemunho, como Noé também fora. Somos tentados a abandonar a “arca” que Deus nos confiou a construir, ou melhor, uma vida de obediência a Sua Palavra que nos identifica claramente como sendo Dele. Ou somos tentados a mudar em nossos pensamentos a natureza deste Deus para adorá-lo segundo nossos padrões. Colocamos em dúvida Sua Palavra e suas exigências para nossas vidas, principalmente no que não nos agrada. Ou seja, somos tentados a humanizar Deus e assim viver de forma mais harmoniosa ao que nos rodeia.
Talvez porque não consideremos , assim como Noé considerava , que Deus verdadeiramente exercerá juízo contra este mundo mal. Vivemos não como Noé vivera. Talvez estejamos mais parecidos com os contemporâneos de Noé. Não nos importamos com nosso testemunho e com a pregação da justiça. Se considerássemos que é certo que o juízo de Deus virá e que não sabemos quando será , certamente não seríamos tão inertes e indiferentes ao nosso relacionamento com Deus.

O que Cristo anuncia aos Seus em Mt 24 , certamente ocorrerá. Como deve se preparar o Cristão para este momento? Atentar para as exortações de Mt 24:42-44.